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Francamente, seis anos para aprender inglês ? Será que ninguém nunca parou para pensar que em seis anos o sujeito se forma em medicina ou engenharia ?
Será mesmo que aprender inglês é tão difícil quanto projetar um arranha céu ou realizar uma neuro cirurgia ?
O que eu sei é que antes dos 12 anos eu já falava português, italiano, alemão e um dialeto infernal usado na Suíça chamado “schwiezerdütsch”. Antes dos 15 eu já tinha acrescentado o inglês e o espanhol, como bom brasileiro, veio de arrastão.
Neste ponto a conversa descamba para o lugar comum de que as crianças tem muito mais facilidade para aprender idiomas. Bobagem, isto só uma desculpa esfarrapada que os adultos dão a si mesmos para não admitir que os filhos podem fazer melhor e uma ferramenta que os cursos de idiomas usam cinicamente para cobrar caro os seus serviços. Experimente matricular seu filho pequeno para ver se vão reafirmar isto.
O que acontece é que as crianças não estão nem um pouco preocupadas em errar ou acertar. Uma criança quando nasce não fala uma palavra de nada. Precisa se comunicar e se está com fome simplesmente chora, a mãe entende e dá de mamar. A medida em que cresce e as necessidades aumentam, aprende novas palavras apenas ouvindo as pessoas em volta. Se a família conjuga os verbos e faz as concordâncias certas a criança aprende a falar corretamente sem jamais ter tido uma aula de gramática e vai viver feliz até entrar numa sala de aula e os professores se encarregarem de estragar tudo com regras ridículas e decorebas cruéis.
Falar, ler e escrever um idioma novo se aprende falando lendo e escrevendo. Uma sala de aula pode até ser útil, mas só para dar o início ao processo, depois é só se jogar sem medo. Afinal medo de quê ? De não ser compreendido ? Ora bolas o pior que pode acontecer é o sujeito não entender e a gente ter que repetir. Se o fulano não quiser mesmo fazer um esforço para se comunicar, azar o dele que vai ficar sem conhecer a pessoa especial que você é. Existem milhões de outras pessoas que ficarão honradas com seu esforço em falar sua língua. Deixa o chato pra lá e procura outra.
O que aconteceu comigo foi apenas este processo repetido várias vezes quando meu pai, o “dragão” da história, simplesmente avisava “pessoal está tudo muito bem em São Paulo mas amanhã vamos mudar para Itália e como vocês devem saber por lá se fala italiano”.
Problemão ? Não por mais de duas ou três semanas. Meu pai generosamente me ensinava como pedir para ir ao banheiro e evitar acidentes embaraçosos, o resto era comigo. Depois de uma semana em sala de aula só pedindo para ir ao banheiro, já que não sabia falar outra coisa eu cansava e começava a me virar. Simples assim. Imersão é a palavra.
Não perca tempo explicando a si mesmo como é difícil. Não dê bola para quem acredita que é difícil. Esqueça a gramática pois ela é apenas uma poça de água no seu caminho. Você não precisou de gramática para aprender português e não precisa dela para aprender inglês. Se ligue na literatura, ela é um rio caudaloso que vai te levar aonde você quiser ir. Fuja dos conterrâneos quando estiver viajando para estudar inglês. Evite ao máximo falar português. O segredo é só este, nada mais, experimente e surpreenda-se.
Abraços,
Roberto Draghi
EMAIL: r1draghi@gmail.com SKYPE: r1draghi
Roberto Draghi
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